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Monday, December 22, 2014

Trigésima Nona Epístola

Rynek - Katowice, Vitor Vicente, Dezembro de 2015

Dear K.,

Não sabia bem como começar a escrever-te esta epístola. Não sabia mesmo por onde pegar a primeira palavra, o chamado mote. À falta do dito, usei o clássico método de rever a última vez que te escrevi.
De nada me serviu, senão para saber que foi há precisamente um mês. De aí em diante, nada. Nem uma palavra.
Mas usemos então esse mês de mutismo como mote para anunciar a despedida. Que será daqui a dez dias. 
Entretanto, fica aqui essa promessa. A de que te vou escrever todos os dias, até ao dia da minha despedida. 
E mais. Que só a ti te irei escrever, cidade abençoada que agora te vês trocada.
Por quem, devo-te ainda dizer? Tu já sabias que, de vem em quando, eu dormi fora - em Cracóvia.
Fica aqui outra promessa. Ainda que eu esteja assente em Cracóvia, de vez em quando, venho cá dormir contigo. Ao fim de contas, apenas te mudo o estatuto: do ano que vem em diante, tu serás a outra. 

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