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Sunday, December 28, 2014

Quadragésima Quinta Epístola

Caminhos brancos - Katowice, Vitor Vicente, Dezembro de 2014


Dear K.,

Entre ti e Cracóvia vai quase a mesma distância que separa as duas cidades onde morei na Catalunya: Vilanova i la Geltru e Barcelona (que inclui também L´Hospitatel de Llobregat, por se tratar da mesma área metropolitana.). Apesar da coincidência, não sinto nada de semelhante nesta mudança. Jamais vivi Vilanova como te vivi a ti. Com tanta entrega e, ao mesmo tempo, ocasionalmente, a espreitar pela oportunidade de partir para a grande cidade.
Posto nestas palavras, pode dar a impressão de que és o subúrbio de Cracóvia. Erro crasso, de quem necessita de lições de Geografia - o que, hoje em dia, significa navegar no Google Maps. Para que Português perceba, façamos a seguinte comparação: és tão subúrbio de Cracóvia, como Setúbal o (não) é de Lisboa. (Se esta comparação não vos convence, já sabem onde ir - Google Maps.).
No entanto, eu sinto que estou de volta ao meu velho Barreiro (também pela cem-vezes aqui repetida parecença da Silésia com a Margem Sul to Tejo) e que, desta vez, logrei encontrar o caminho para me mudar para a tentadora Lisboa. 
Trata-se então de um salto. De alcançar uma espécie de sonhado céu onde sempre se pôde ir e sempre esteve proibido permanecer. 
Para terminar os paralelismos, o contra- exemplo. Em Dublin, tirando as duas primeiras semanas que passei numa casa donde sabia que não iria ficar mais do que essas mesmas duas semanas, morei somente em dois bairros. Ainda por cima, vizinhos. Tão vizinhos que, a haverem códigos postais na Irlanda, seriam somente um. 

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